SOBRE O AUTOR
Nascido, em 07/09/1960, na cidade de São Sebastião do Paraíso – MG. Reside atualmente em Uberlândia – MG. A sua carreira profissional foi voltada para a área de logística e agronegócios. Após a aposentadoria, cursou Letras na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba – MG. É mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal de Uberlândia. É poeta de gaveta e ocasião, publicou artigos sobre estudos literários em livros e revistas acadêmicas e possui poucos poemas publicados em algumas antologias. Há pouco tempo participa de concursos de poesias, tendo sido premiado em alguns tradicionais concursos como: Prêmio Augusto dos Anjos de Leopoldina-MG - 2017, Prêmio Barueri de Literatura - 2018, Prêmio Fritz Teixeira de Salles de Monte Sião-MG - 2019, Prêmio Off Flip 2022 de Paraty-RJ, Noite da Poesia de Campo Grande-MS - 2023, Prêmio Yoshio Takemoto de São Paulo - 2023, Prêmio Prata da Casa - 2024 – Casa Brasileira de Livros e outros.
O POEMA VENCEDOR
AS RELAÇÕES ATÁVICAS ENTRE A LÍRICA, O AZUL E O SEM-FIM
As maritacas insistem em inaugurar as coresda matina. E vão tricotando uma tela sonora
de cores e fofocas estridentes no enjaulado
calor de janeiro. O son(h)o, essa leve palha
adeliana, há muito foi aos ruídos da rua.
Estou vasto, então, para vadiar a ascendência
lírico-azulada dos céus e clicar nos links que
efluem das suas pegadas pré-históricas.
Penso no primeiro poeta que, deitado à
entrada de uma caverna, lia e engolia os
enigmas do espaço e os azuis do sem-fim.
Foram os seus frágeis espasmos de saudade
que rimaram, desde os primeiros versos, os
segredos do céu com a incompletude humana.
Sim, os meus poemas são sulcos rupestres
do ócio que em mim habita; são resquícios
pictóricos do útero das cavernas que se
ramificaram em mim, rude homem hodierno.Sem ventos, janeiro desfila a mesma roupa
e as velhas promessas dos antigos verões.
O céu, largo e presunçoso, ainda é canteiro
de sementes, silêncios e interrogações; eterno
depositário de utopias e ideias inconcebíveis.
O Agora é essa saudade atávica, átimo-luz
a resgatar um poeta das raízes do Tempo que
ramificou no meu peito o hábito de conectar
o azul do céu às memórias líricas do sem-fim.
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