SOBRE O AUTOR
Luiz Henrique Dourado, 1985, é autor de “Pinball”, romance publicado pela Editora Oito e Meio em setembro de 2021, com primeira tiragem de 200 exemplares, avaliação 05 estrelas nas vendas do e-book pela Amazon, bem como de “Este Livro não Existe” romance finalista do Prêmio Sesc de Literatura em 2014, mas não publicado em meio físico ainda. Em breve, lançará um terceiro romance "O Cheiro Azedo da Grama". Agora, como finalista do 1º Prêmio Prata da Casa, mantida a modéstia, crê que pode ser chamado de poeta também. Trabalha realizando análise crítica de originais há 05 anos, mais de 50 trabalhos concluídos, e é Analista Processual do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, concursado desde 2015. Nasceu e vive no Rio de Janeiro, e há pouco meses virou o papai da Olívia.
O POEMA FINALISTA
Vigília
por um estrondo
apaguei
tão estranho
mundo surreal
desconforto
obedientes às regras
rígidas necessidades
apegos e temeridades
não se pode
almoçar no fundo de uma piscina
há algo
horrível
chamam de tempo
daí extraem
causa e consequência
uma coisa porque a outra
não se pode
matar alguém
depois voltar
para o útero da mamãe
convenções
pautas
proibições
ao gafanhoto
não se dá o direito de argumentar
leis dos homens e da física
não se pode
ocupar o mesmo espaço
se dois corpos
ao mesmo tempo
as estradas não têm sardas
arvores não se casam
rochas não são
de papelão (ou espuma)
um mundo de linhas
ângulos retos, agudos e obtusos
geometrias obrigatórias
odeiam paradoxos
não se pode
desenhar um triângulo quadrado
se é sempre
a continuidade
do que já se era
diminutas possibilidades
rara identidade
rostos fixos
nenhuma fluidez
não se pode
jogar de natureza
acrescer asas (ou focinho)
prisão sem fugas
guardas intolerantes
encaixa única chave
lá se mede o tal do tempo
há horário
para o encerramento
torço ansioso
para que me deite
e possa finalmente
acordar
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