SOBRE O AUTOR
Muito prazer, sou Ariel. Professor de inglês e um eterno aprendiz. Tradutor e um curioso das palavras. Apaixonado por ouvir histórias e um aspirante a publicar as próprias.
Natural de Caxias do Sul, RS, cresci rodeado de livros, e, desde pequeno, recebi incentivo de familiares para nutrir meu eu leitor.
Hoje, entre diversos projetos engavetados e um punhadinho de ideias brilhantes – passando, claro, por cochilos e cafés –, tenho, na escrita, um caminho para dar voz a quem não é ouvido e trazer luz ao que não é visto.
Coleciono contos e poemas na mochila, e algumas crônicas publicadas em jornais – algo de que tenho imenso orgulho. Possuo, também, um livro de suspense prontinho para o lançamento... Ainda é cedo para rufar os tambores?
Além disso, nutro enorme estima pelos Cards Literários, minha engenhosa criação que, desde 2019, une o deleite de uma boa leitura à velocidade da tecnologia e da inovação.
Não sei que confins posso vir a desbravar na aventura de contar histórias... mas sei que a graça está, justamente, em se permitir a descoberta. Brindemos às páginas ainda desconhecidas!
O POEMA SEMIFINALISTA
CÂNTICOS QUE ECOAM NA ETERNIDADE
Delicadamente encoberta por um céu aveludado,
Incontáveis hectares ao norte do concreto,
De cercas forjadas e palacetes de marfim,
A estrutura desbotada respira.
Sob a luz de um luar de abril
Que reflete pequeninos caminhos serpeantes
Nas placas metálicas que compõem
Sua lataria,
A criatura se desloca com leveza pelos prados.
Emite suave zunido ritmado
Enquanto os campos perpassa
E debulha grãos.
Assemelha-se, para os ouvidos daqueles poucos versados,
Aos cânticos murmurados
Por quem a precedeu;
Às palavras milenares entoadas
Por indivíduos de rosto preto
E dentes tortos;
De coração sofrido
E mãos nodosas.
Por homens e mulheres
E muitos infantes
De escrita borrada;
Iletrados,
Mas ensinados a compreender
Cada mensagem daquele solo.
Homens, mulheres e os seus
Com passos desajeitados.
Encarquilhados diante da infinitude da noite,
da fome,
do frio...
Mas perfeitos poetas de um imperfeito real.
Antes de terem suas rimas roubadas por um mundo melhor
– Assim? –,
Eles escolheram abraçar as intempéries
Como velhas conhecidas.
Hoje, outro milênio se passou,
E quem refaz seus passos
São as doces criaturas a zunir...
Mas, de novo, talvez os bons ouvintes
– Seres partidos que escutam
Com o coração –
Ainda consigam distinguir,
Na melodia abafada das debulhadoras,
Poemas de seus ancestrais.
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